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Plagiocefalia posicional

Plagiocefalia posicional

Como evitar e tratar a plagiocefalia posicional

Por Antônio Prates, Neurocirurgião em Belo Horizonte e região metropolitana de BH

A plagiocefalia posicional também chamada de achatamento posicional ou plagiocefalia deformacional, refere-se à uma alteração do formato do crânio que ocorre na parte posterior (região parieto-occiptal) em decorrência de pressão continuada neste local. A frequência vem aumentando desde a década de 90, quando foi dada a orientação de dormir de barriga para cima pela Academia Americana de Pediatria. A pressão persistente sobre um dos lados da cabeça nos meses iniciais predispõe o bebe à ocorrência da plagiocefalia posicional. Nesse caso, não há fusão das suturas do crânio (craniossinostose), apenas a deformação do crânio em um ponto onde há pressão predominante.

Geralmente ela se torna mais aparente por volta de 2-3 meses, mas pequenos achatamentos localizados podem ser notados desde os primeiros dias. Cerca de 20% dos bebês aos 4 meses de idade apresentam algum grau de plagiocefalia posicional. Com 1 ano, essa taxa é de 7%. Ocorre mais em meninos e do lado direito do crânio.

É necessário fazer o diagnóstico diferencial entre a plagiocefalia deformacional, que é uma alteração posicional e a craniossinostose, em que ocorre a fusão (ossificação) precoce das suturas (articulações) do crânio. Na maioria das vezes o diagnóstico é clínico, ou seja, através da história e exame físico do bebê. Em certos casos atípicos, pode ser necessária a realização de exames de imagem. O exame realizado geralmente é a tomografia computadorizada com reconstrução em três dimensões. Nele é possível identificar a fusão precoce das suturas, o formato e proporções do crânio e outras alterações que podem estar associadas.

A prevenção da plagiocefalia posicional é feita através de medidas simples como evitar posicionamento repetitivo, alternar o lado da cabeça diariamente na hora de dormir e colocar o bebê de barriga pra baixo em alguns momentos do dia, quando estiver acordado e supervisionado por um adulto. Além disso, é preciso identificar precocemente a preferência do beber em olhar para um lado e a presença de torcicolo congênito.

A maioria dos casos de plagiocefalia posicional responde satisfatoriamente ao tratamento com reposicionamento. O objetivo dessa modalidade de tratamento é readequar as áreas onde a pressão é exercida no crânio através da mudança ativa e passiva na posição do bebê e utilização de estímulos.

Em casos que não respondem ao reposicionamento ou em casos com deformidade grave, pode ser indicado o uso da órtese craniana (capacetinho). É o método não invasivo com maior taxa de correção da deformidade e menor tempo, porém gera algum desconforto para o bebê e o cuidador, pois precisa ser usado por 23h por dia por cerca de 4-6 meses. No momento, existem poucos locais onde é possível realizar a confecção da órtese craniana no Brasil.

Pacientes com torcicolo congênito pode desenvolver plagiocefalia posicional em decorrência da permanência da cabeça em uma mesma posição. Eles devem fazer tratamento específico para o torcicolo. O diagnóstico e tratamento específico do torcicolo congênito é realizado pelo pediatria, cirurgião pediátrico e fisioterapeuta com experiencia na área. Na grande maioria das vezes, o torcicolo melhora com medidas de reposicionamento e fisioterapia no primeiro ano. Porém, em alguns casos pode ser necessária a realização de cirurgia para tratamento do torcicolo congênito, por isso a importância em procurar assistência médica adequada.

A cirurgia no crânio praticamente não é utilizada no tratamento da plagiocefalia posicional.

A plagiocefalia posicional quando grave e não tratada pode causar grande desconforto estético e distúrbios psiscológicos para as crianças. Quando mais cedo for identificada e iniciado o tratamento, melhores os resultados. Em caso de alterações no formato crânio, procure um Neurocirurgião para esclarecimento.

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Dr Antônio Prates, Neurocirurgião em Belo Horizonte e Grande de BH