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Cirurgia sem sangue: uma realidade para neurocirurgias e cirurgia da coluna?

Cirurgia sem sangue: uma realidade para neurocirurgias e cirurgia da coluna?

É possível realizar cirurgia sem sangue na cabeça ou na coluna? A transfusão é sempre necessária?

Por Dr Antônio Prates, Neurocirurgião em Belo Horizonte-MG

A necessidade ou não de realização de transfusão de sangue durante a cirurgia é uma preocupação para muitos pacientes. Seja por questões religiosas (como no caso das Testemunhas de Jeová) ou por algumas condições específicas de saúde, é frequente a dúvida se será necessária a utilização de sangue.

Na realidade, pelo avanço das técnicas, dos materiais e do próprio entendimento em relação à resposta do corpo ao trauma cirúrgico, está cada vez mais restrita e criteriosa utilização de hemoderivados em cirurgias.

No caso das cirurgias eletivas, aquelas que podem ser programadas, um pré-operatório criterioso que inclui anamnese, exame físico e exames complementares é suficiente estimar o risco da necessidade de transfusão. E, na grande maioria das vezes, a transfusão não é necessária.

Em relação à coluna, a maioria das cirurgias que são realizadas são de pequeno ou médio porte e nesses casos, geralmente não é necessária transfusão. Com o avanço das cirurgias minimamente invasivas, sejam do crânio ou da coluna, está sendo possível realizar procedimentos com sangramento diminuído, reduzindo significativamente a chance de ser necessária uma transfusão sanguínea. Para as cirurgias de grande porte ou naquelas onde é esperado um sangramento aumentado, existem opções terapêuticas para evitar uma transfusão homóloga (sangue de outra pessoa). Os principais deles são a pré-doação, a recuperação intraoperatória de sangue (cell saver) e a hemodiluição normovolêmica aguda.

Na pré-doação, o paciente faz doações de sangue algumas semanas antes do procedimento e, caso necessário, recebe o próprio sangue durante a cirurgia. Isso reduz o risco de complicações durante uma transfusão, já que o sangue infundido é do próprio paciente.

No caso do Cell Saver, o sangue perdido do próprio paciente durante a cirurgia é recuperado, filtrado e devolvido a circulação sanguínea. Isso é realizado através de uma aparelho que está já disponível no Brasil para cirurgias no setor privado. Infelizmente não esta disponível de forma ampla no SUS, exceto em alguns centros ou via judicialização.

A hemodiluição normovolêmica aguda é o método mais simples e de menor custo. Nesse caso é retirada uma quantidade sangue logo no início da cirurgia e infundido simultaneamente reposição de volume com soluções. O sangue retirado é devolvido ao longo ou ao final da cirurgia.

Temos hoje muitas possiblidades para reduzir a necessidade de transfusão sanguínea em cirurgias e essa preocupação não deve ser um impedimento. Procure o seu Neurocirurgião de confiança para mais informações sobre cirurgia sem transfusão. Veja mais informações sobre Neurocirurgia aqui.