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Craniossinostose

Craniossinostose

Saiba o que é e quando tratar a craniossinostose

Por: Antônio Prates, Neurocirurgião em BH e Betim

A craniossinostose é uma alteração craniana que ocorre devido à ossificação precoce das suturas (articulações entre os ossos do crânio). Geralmente ela se manifesta nos primeiros meses de vida como uma restrição no crescimento craniano ou presença de deformidade no crânio, como visto na imagem.

Normalmente os bebês são acompanhados nos seus primeiros meses de vida pelo pediatra e a medida do perímetro cefálico (circunferência do crânio) é um dos exames de rotina. Em casos de alteração na curva de crescimento do perímetro cefálico ou presença de deformidades (alterações no formato do crânio) o bebê deve ser referenciado a um neurocirurgião.

Há varias suturas no nosso crânio e o fechamento precoce em cada uma delas vai determinar uma alteração diferente no formato do crânio. A alteração na imagem é chamada de escafocefalia e é decorrente do fechamento precoce da sutura sagital. É o tipo de craniossinostose mais comum. Existem outros tipos como a trignonocefalia, plagiocefalia, oxicefalia e outras complexas, quando envolvem mais de um sutura. As craniossinostoses complexas (sindrômicas) estão relacionadas a outras malformações e fazem parte de síndromes, como por exemplo as Síndromes de Pfeiffer, Apert e Crouzon.

Os casos suspeitos de craniossinostose precisam ser avaliados e acompanhados pelo neurocirurgião. É necessário fazer o diagnóstico diferencial com a plagiocefalia posicional, que usualmente não precisa de cirurgia. Para os outros casos com diagnóstico confirmado é indicada a abordagem cirúrgica com o objetivo principal de possibilitar a correção da deformidade e permitir o crescimento harmônico do crânio e adequado do cérebro. O período ideal de realização da cirurgia é entre 3-12 meses de idade, a depender da técnica utilizada, condições do paciente e idade de apresentação. Posteriormente a esse período a cirurgia ainda pode ser realizada, porém com resultados inferiores em relação à correção da deformidade.

Diferente do que se pensava anteriormente, o objetivo da cirurgia não é apenas cosmético. Existem estudos que mostram aumento da pressão intracraniana e redução do desempenho cognitivo nesses pacientes, mesmo nas sinostoses simples, como a escafocefalia, em pacientes assintomáticos. Outras preocupações relacionadas são dificuldade de oclusão ocular e a redução do espaço respiratório e de alimentação. Nos casos sindrômicos, a frequência de complicações como hipertensão intracraniana, hidrocefalia e má-oclusão ocular é maior. Por fim, o formato não usual do crânio pode causar graves problemas psicossociais para o paciente e deve também ser levado em conta.

Na suspeita de craniossinostose, leve seu filho a um Neurocirurgião.

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Por Dr Antônio Prates, Neurocirurgião em Belo Horizonte e Grande BH.